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Podemos falar do trabalho de Pedro Caixinha ou ainda é cedo?

O Santos, mais uma vez, decepcionou seu torcedor ao empatar sem gols contra o Novorizontino, fora de casa.

A equipe liderada pelo ídolo Neymar Jr pouco criou em campo, mostrando-se apática em diversos momentos da partida. Não é exagero dizer que o Peixe foi engolido pelo Tigre. Apesar de um ataque poderoso no papel, formado por Neymar, Soteldo, Guilherme e Tiquinho, o Santos não conseguiu transformar essa diferença em superioridade dentro de campo. O Peixe finalizou apenas seis vezes, sendo duas no alvo, enquanto o Novorizontino arriscou 21 vezes e acertou o gol em nove oportunidades.

Apesar da boa vitória contra o São Paulo na 6ª rodada do Paulistão, o Alvinegro Praiano não demonstrou qualquer evolução tática até aqui. Os erros da equipe comandada por Pedro Caixinha seguem evidentes.

A fragilidade na bola aérea e os espaços concedidos continuam sendo problemas recorrentes. Praticamente em toda partida, Gabriel Brazão é bombardeado e precisa realizar “milagres”. Não fosse o talentoso goleiro do Peixe, a situação na tabela provavelmente seria ainda pior.

O setor defensivo é um dos maiores problemas da equipe, e é evidente que Caixinha ainda não encontrou a combinação ideal dos titulares. Apenas o zagueiro Zé Ivaldo e o lateral-direito Léo Godoy parecem ser unanimidades. Gil, considerado por muitos o melhor zagueiro do elenco, só teve sua primeira oportunidade na 8ª rodada. Kevyson, que fez um bom clássico contra o São Paulo, voltou ao banco de reservas sem qualquer explicação.

A dupla de volantes também é alvo de críticas da torcida, que sente a falta de um jogador capaz de organizar a saída de bola e criar jogadas ofensivas.

A grande estrela do Peixe e do futebol brasileiro, Neymar Jr, ainda demonstra falta de ritmo. A desorganização da equipe é evidente, a ponto de o camisa 10 precisar recuar para buscar jogo no campo de defesa santista.

Tiquinho Soares, uma das principais contratações da temporada, sofre com o estilo de jogo de Pedro Caixinha. O centroavante, que já não tem a mesma velocidade e explosão de outrora, enfrenta dificuldades semelhantes às de Neymar, precisando recuar para buscar a bola. Na partida contra o Novorizontino, diversas foram as bolas lançadas em velocidade, sem qualquer possibilidade de o atacante alcançá-las. Apesar dos pesares, Neymar continua demonstrando sua visão de jogo apurada, encontrando espaços que não são bem aproveitados pelos companheiros.

Soteldo ainda não engrenou na temporada, apresentando um futebol abaixo das expectativas da torcida.

No ataque, o único que se destaca até o momento é Guilherme, que vem fazendo uma ótima temporada.

Pois bem.

No papel, o Santos está longe de ser a “quarta força” do Paulistão, contando com um elenco que, teoricamente, deveria colocá-lo entre os candidatos ao título. Com Neymar em bom ritmo de jogo, as expectativas seriam ainda mais altas.

No entanto, dentro de campo, a equipe claramente não assimilou as ideias de Pedro Caixinha, tampouco parece convencida pelo modelo de jogo do técnico português.

Os resultados até a 8ª rodada colocam esse time entre os piores desempenhos do Santos nos últimos 10 Paulistões:

ANOTÉCNICOCLASSIFICAÇÃOPONTOSVITÓRIASEMPATESDERROTASGOLS PRÓGOLS CONTRASALDO DE GOLSAPROVEITAMENTO
2016Dorival Júnior15431148662%
2017Dorival Júnior134131610654%
2018Jair Ventura14422127558%
2019Jorge Sampaoli196111661079%
2020Jesualdo Ferreira1233265150%
2021Ariel Holan8224715-833%
2022Fábio Carille (5), Leandro Cuca (2) e Marcelo Fernandes (1)9233811-337%
2023Odair Hellmann9233711-437%
2024Fábio Carille19611125779%
2025Pedro Caixinha92331011-137%

Não é novidade para o torcedor santista que Pedro Caixinha não era o plano A, B ou C – talvez nem mesmo o plano D – da diretoria do Santos.

O grande sonho da cúpula alvinegra era Jorge Sampaoli, que preferiu seguir para a França. Luís Castro, outro nome cogitado, não demonstrou interesse, já que ainda tem valores a receber do Al Nassr. A terceira opção, Gustavo Quinteros, levou tempo demais para definir seu futuro na Argentina e acabou fechando com o Grêmio.

Diante das negativas e da pressão por uma resposta rápida, a escolha por Pedro Caixinha soou como uma decisão desesperada. Sua contratação foi anunciada em 23 de dezembro, poucos dias antes do início da pré-temporada, evidenciando a falta de planejamento dos responsáveis.

O casamento entre Santos e Pedro Caixinha simplesmente não funcionou. Até agora, não há frutos desse trabalho. A pergunta que fica é: o clube vai esperar uma derrota para o Corinthians para promover mudanças? Seria um vexame global ver um Santos que conta com Neymar ser eliminado ainda na fase de grupos do Paulistão.

O próprio passado recente do clube serve de exemplo. Em 2011, a diretoria percebeu que a equipe não comprava o projeto de Adílson Batista e promoveu sua demissão no momento certo. O mesmo deveria ser feito agora.

E você, torcedor, qual sua opinião sobre o trabalho de Pedro Caixinha até aqui?

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